Diário Financeiro

19 de Janeiro de 2017
Diário Financeiro 20.01.2017

Como se previa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de referência nos 0%, assim como a taxa de juro aplicável aos depósitos em -0.40% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0.25%. Na reunião dos governadores, que se realizou ontem, foi defendida a possibilidade de os baixos níveis actuais das taxas de juro permaneçam inalterados durante um largo período, mesmo para além do horizonte das compras líquidas de activos. Foi igualmente confirmado que, no que respeita às medidas de política monetária não convencionais (quantitative easing), o BCE continuará a efectuar aquisições ao abrigo do programa de compra de activos ao ritmo mensal actual de EUR 80 mil milhões, até ao final de Março de 2017. Do mesmo modo, foi reafirmado que a partir de Abril de 2017, as compras líquidas de activos prosseguirão a um ritmo mensal de EUR 60 mil milhões até ao final de Dezembro de 2017, ou até mais tarde, se necessário. Para já, terá de se verificar um ajustamento sustentado da trajectória de inflação, compatível com o objectivo para a inflação definido pelo BCE, que será à volta dos 2% (ainda ontem, o IPC homólogo de Dezembro da Zona Euro fixou-se em 1.1%). As compras líquidas serão realizadas a par de reinvestimentos dos montantes dos pagamentos do capital dos títulos vencidos adquiridos ao abrigo do programa de compra de activos. Mas o BCE advertiu de que uma inconsistência de condições, nomeadamente ao nível da sustentabilidade da inflação, poderá levar ao prolongamento do programa e/ou ao aumento da sua dimensão. Em reacção, o euro enfraqueceu face às moedas rivais, nomeadamente em relação ao dólar; os índices bolsistas europeus mostraram-se positivos; a yield do Bund a 10 anos subiu para 0.39%.

Nos EUA, os pedidos iniciais de subsídio de desemprego da semana passada foram de apenas 234 mil, o valor mais baixo em décadas. Este valor inesperado para os analistas, que aguardavam um valor médio a rondar os 254 mil, compara com os 249 mil registados na semana anterior (este valor foi revisto em alta a partir dos 247 mil avançados previamente). Mais uma vez é confirmada a actual boa performance do mercado de trabalho norte-americano.