Diário Financeiro

30 de Março de 2017
Diário Financeiro 31.03.2017

Os dados do PIB norte-americano confirmaram uma desaceleração no final de 2016, em relação ao 3º trimestre, embora menos acentuada do que o estimado anteriormente. Assim, o PIB cresceu 2.1% em termos trimestrais anualizados nos últimos 3 meses do ano, depois de uma expansão de 3.5% no 3º trimestre (a estimativa anterior apontava para um aumento de 1.9%). A revisão incidiu, em particular, no comportamento do consumo privado, que expandiu 3.5%, 0.5 pontos percentuais (p.p.) acima do estimado anteriormente. Ainda assim, confirmou-se a principal causa para a desaceleração no PIB, com uma quebra nas exportações e nos gastos federais, ao mesmo tempo que se verificou uma aceleração nas importações. Por outro lado, no investimento deu-se uma desaceleração na formação bruta de capital fixo não-residencial, parcialmente compensada por uma aceleração na acumulação de stocks. Confirmou-se igualmente o crescimento de 1.6% para a totalidade de 2016, a expansão mais fraca em 5 anos, e uma décima abaixo do crescimento verificado na Zona Euro. Esta realidade de expansão económica moderada deverá ser difícil de contrariar para a administração Trump: o agora Presidente ambicionou atingir um ritmo de crescimento económico superior a 4% no seu mandato, algo que parece muito pouco provável tendo em conta a evolução actual da produtividade norte-americana.

Na Zona Euro, o destaque vai para a inflação de Março na Espanha e Alemanha, cujas desacelerações permitem aliviar a pressão sobre o BCE. O aumento homólogo harmonizado dos preços na Alemanha foi de 1.5% (2.2% em Fevereiro, máximo de 4 anos e meio), enquanto em Espanha o mesmo índice viu uma subida homóloga de 2.1%, 0.9 p.p. a menos do que no mês anterior. Estas desacelerações são devidas principalmente ao efeito dos preços do petróleo, com a base de comparação relativamente maior em Março de 2016 e uma evolução menos sólida dos preços da commodity durante este mês. Assim, a pressão por parte de alguns membros do BCE para que se acelere o processo de tapering deverá suavizar um pouco.

Em Março, a confiança dos consumidores portugueses subiu para o valor mais alto desde Março de 2000, atingindo -3.4 pontos (-4.4 em Fevereiro).