Diário Financeiro

20 de Julho de 2017
Diário Financeiro 21.07.2017

O euro subiu e o dólar caiu no seguimento da conferência de imprensa de Mario Draghi e de notícias de um alargamento do âmbito da investigação à interferência russa na campanha eleitoral americana. As declarações do líder do Banco Central Europeu foram até algo suaves em comparação com as expectativas de alguns analistas: não foi retirada a frase em que se condiciona a retirada do programa de compra de activos a uma subida sustentada e consistente da inflação; além disso, negou-se também a hipótese ventilada na imprensa de que já estavam a ser pedidas soluções técnicas ao staff do BCE; finalmente, Mario Draghi sublinhou que houve unanimidade em considerar que o mais adequado é não haver ainda datas específicas para o anúncio do tapering, declarando apenas que no Outono a autoridade monetária disporá certamente de informação suficiente para poder tomar mais decisões. Mesmo assim, depois de uma reacção inicial de uma ligeira descida, o euro valorizou com estes comentários, subindo para perto de 1.16 face ao dólar. A notícia de que o procurador especial Mueller alargou o âmbito da investigação que o dólar caiu ainda mais. Informações de fonte interna da investigação indicam que, havendo negócios entre Trump e interesses russos desde há já vários anos, está a ser necessário considerar também este envolvimento. Essa notícia levou as acções americanas a reverter ganhos, e deu também combustível para uma renovada subida do EUR/USD, chegando este a atingir 1.1655, os níveis mais elevados desde o início de 2015.

Michel Barnier e David Davis resumiram os resultados dos 4 dias de negociações que ocorreram em Bruxelas, dando conta de alguma clarificação de posições. Em particular, o negociador da União Europeia declarou que se chegou a conclusões face aos pontos em que há acordo e em que esse acordo não existe, frisando no entanto que outras matérias há em que, não sendo a posição do Reino Unido clara, não se pôde chegar a qualquer conclusão: por exemplo, na questão da chamada “factura” financeira, nos direitos dos cidadãos, e na questão irlandesa. Do lado do Reino Unido foi rejeitada esta ideia de falta de clarificação de posições. A libra acabou por sofrer face ao euro, registando o EUR/GBP um máximo desde Novembro de 2016, tocando nos 0.8976.