Diário Financeiro

27 de Junho de 2017
Diário Financeiro 28.06.2017

Na reunião dos representantes dos mais importantes bancos centrais do mundo, em Sintra, Mario Draghi resumiu bem a relação da actual situação económica europeia e a política monetária em vigor – o BCE tem de ser persistente e manter a actual política monetária acomodatícia de modo a garantir a recuperação do crescimento e o regresso da inflação a níveis desejáveis (o objectivo são os 2%), já a retirada dos estímulos tem de ser prudente para não por em causa os resultados conseguidos. De facto, o Presidente do BCE mostrou-se optimista quanto ao crescimento económico e consecutivo que se verifica na Europa, assim como em relação ao regresso da inflação (embora mais fraca que o esperado), assegurados pela política monetária expansionista. Já no dia anterior, tinha referido que as taxas de juro têm de permanecer baixas para que o crescimento económico recupere. Quanto à retirada dos estímulos extraordinários, Mario Draghi referiu que tem de ser feita de forma gradual e bem analisada, de forma a não prejudicar a recuperação económica. Posteriormente, é necessário criar um círculo virtuoso entre investimento e aumento da produtividade. Nos mercados, estas declarações de Draghi levaram à apreciação do euro em relação ao dólar e ao iene. O EUR/USD chegou a 1.1304 e EUR/JPY 126.41 (valores máximos do ano).

Nos EUA, o índice de confiança dos consumidores, calculado pela Conference Board, cresceu inesperadamente 1.3 pontos para 118.9, em Junho, confundindo os analistas que esperavam um valor em torno de 116.0 pontos. Em Maio tinha sido divulgado 117.9, que foi agora revisto em baixa para 117.6. Este dado destoa de um conjunto de informação económica que tem ficado abaixo das expectativas do mercado.

Entretanto, o Fundo Monetário Internacional  (FMI), no seu relatório anual acerca dos EUA, reviu em baixa as previsões de crescimento para 2017 em duas décimas, de 2.3% para 2.1%. Para 2018, esta instituição mantém o ritmo de 2.1%, bem abaixo dos 2.5% previstos anteriormente. O FMI justifica esta decisão com a demora na implementação do plano de estímulos prometido por Donald Trump e por considerar que, mesmo que este venha a ser aplicado, terá resultados mais modestos e demorados do que os prometidos pela Casa Branca. Ainda assim, a crescimento acima dos 2% deve-se ao persistente crescimento do consumo e ao cíclico regresso do investimento privado.