Diário Financeiro

23 de Março de 2017
Diário Financeiro 24.03.2017

Os dados económicos revelados ontem continuam a indicar uma perspectiva de suporte ao crescimento da economia americana, com particular ênfase no consumo privado. Por um lado, apesar de um aumento nos novos pedidos de subsídios de desemprego na semana terminada a 18 de Março, que totalizaram 258 mil (+15 mil do que na semana anterior), continua a verificar-se uma tendência de baixos fluxos para o desemprego, com o número de pedidos semanais abaixo de 300 mil há 80 semanas, o período mais longo desde 1970, altura em que o mercado de trabalho era muito mais diminuto. Em particular, o a média móvel de 4 semanas dos pedidos, usada como medida menos volátil para medir a dinâmica do mercado de trabalho, subiu apenas um milhar para os 240 mil. Assim, este conjunto de dados aponta para uma economia bastante perto do pleno emprego. Outro relatório revelou uma subida das vendas de novas casas para um máximo de 7 meses, no mês de Fevereiro, o que se torna particularmente relevante tendo em conta o aumento dos preços das casas e a crescente escassez de inventários. As vendas de casas novas (que representam 9.7% do mercado da habitação) aumentaram 6.1% mom. Estes indicadores suportam a visão de que o consumo privado deverá continuar a suportar a recuperação económica norte-americana.

Na Zona Euro, o indicador preliminar sobre a confiança dos consumidores para Março registou melhorias quanto à avaliação da zona da moeda única, como da União Europeia como um todo. O indicador aumentou 1.2 pontos no caso da Zona Euro, estando agora em -5.0, enquanto o índice da EU subiu ligeiramente menos para -4.2 (+1.0 ponto do que no mês anterior). Na Alemanha, segundo a Gfk, o mesmo indicador seguiu um rumo contrário. A confiança dos consumidores ao entrar em Abril sofreu uma quebra mais pronunciada que o esperado. Assim, a confiança desceu de 10.0 para 9.8.

Nos mercados, existia à altura da redacção deste documento uma expectativa elevada face ao voto relacionado com o Obamacare na Câmara dos Representantes nos EUA. Não só pelas potenciais implicações da nova legislação de abolir e substituir o programa de saúde actual, mas pelo que significa para os tão esperados cortes de impostos. Estes só poderão ser aprovados posteriormente à aprovação da legislação da saúde, o que implica que qualquer atraso deverá ser prejudicial às expectativas dos investidores.