Diário Financeiro

27 de Março de 2017
Diário Financeiro 28.03.2017

O final da semana anterior foi negativo para as expectativas dos mercados em relação à economia norte-americana, em particular devido à incapacidade dos Republicanos em fazerem passar a revogação/reforma do programa Obamacare. O impasse entre Trump/Ryan, defensores da legislação proposta, e os membros mais à direita, do chamado Freedom Caucus, levou a que, apesar de algumas tentativas de concessões e um adiamento do voto para sexta-feira, não houvesse apoios suficientes para a medida passar, levando assim a um cancelamento da votação. Assim, a expectativa corrente é de que permaneça a legislação actual. Ainda que não seja dada uma importância muito significativa pelos investidores às mudanças no plano da saúde, esta derrota está a servir para o mercado como um barómetro da capacidade da Administração Trump em fazer aprovar as políticas que deseja. Nomeadamente, este desenvolvimento é visto como um indicativo de uma maior dificuldade em levar a cabo as esperadas reformas nos impostos (do rendimento e das empresas), essas sim, medidas bastante antecipadas e com um esperado impacto económico positivo. Em geral, os acontecimentos não abonam a favor também do potencial sucesso de outras iniciativas, tais como os planos de infra-estruturas, ou eventuais mudanças na regulação. Deste modo, é de notar que o dólar anulou a maior parte dos ganhos atingidos desde a eleição americana, estando agora 1.2% mais valorizado do que a 8 de Novembro do ano passado. Em 2017, a quebra acumulada é de cerca de 4.3%. Por outro lado, o S&P 500 anulou os ganhos existentes desde as declarações de Trump em relação a um plano de reforma fiscal “fenomenal”, caindo 1.4% na semana passada. O próximo foco será, então, perceber o quanto estas negociações afectaram a capacidade de compromisso dos Republicanos, e quão provável é conseguir-se um acordo para uma diminuição dos impostos.

Na Alemanha, os dados da confiança dos empresários mostram o sentimento mais positivo em quase 6 anos, para o mês de Março. O indicador subiu para 112.3 pontos, depois de uma leitura de 111.1 no mês anterior (revista em alta com a publicação destes dados). Em particular, a manufactura tem estado a observar um comportamento muito positivo, com maiores encomendas por parte do comércio internacional a fazer subir as expectativas dos empresários da maior economia da Zona Euro.