Diário Financeiro

16 de Fevereiro de 2017
Diário Financeiro 17.02.2017

Os dados económicos relativos à economia norte-americana continuam a dar suporte a um bom desempenho da economia no 1T17. No mercado imobiliário, embora se tenha observado a redução do número de novas construções para 1246 mil em Janeiro face 1279 mil em Dezembro, registou-se também o aumento dos pedidos de novas licenças para 1285 mil contra 1228 mil no último mês de 2016, sugerindo que nos próximos meses se poderá assistir ao incremento das novas construções. A sustentar este cenário está também a perspectiva de que o mercado de trabalho continuará a evoluir de forma positiva, dando suporte à melhoria do rendimento disponível das famílias e ao investimento no mercado imobiliário. Na semana terminada a 11 de Fevereiro, o número de pedidos de subsídio de desemprego aumentou para 239 mil, permanecendo, no entanto, abaixo dos 300 mil, compatível com um cenário de recuperação no mercado de trabalho. Finalmente, de referir a publicação do indicador do Fed de Filadélfia que subiu para 43.3 pontos em Fevereiro praticamente mais 20 pontos do que no mês anterior. Este desempenho reflecte essencialmente melhorias na avaliação das condições correntes, tendo a componente que avalia as expectativas para os próximos 6 meses diminuído para 53.6 face a 56.6 em Janeiro. Por componentes destacam-se os bons comportamentos das novas encomendas e as expedições. A primeira passou de 26.0 para 38.0 e a segunda para 28.6 vs 20.5 em Janeiro. As respostas relativas aos preços sugerem um crescimento moderado, tendo a componente que avalia o preço dos inputs caído para 29.9 vs 32.5 e a que avalia o preço dos outputs para 23.5 face a 27.5.


O BCE publicou dados relativos aos títulos detidos ao abrigo do SMP por país em 2016, mostrando que o BCE detém ainda 102.3 mil milhões de títulos de dívida pública dos países denominados da periferia, dos quais 9.2 mil milhões respeitam a títulos de dívida pública portuguesa elegíveis para participação no actual programa de compra de dívida pública, reduzindo assim o montante disponível para ser adquirido pelo banco central. Com base nestes dados, estimamos que o BCE terá de reduzir o valor das compras mensais de dívida pública portuguesa para cerca de 0.5 mil milhões (em Janeiro comprou 0.69 mil milhões) de forma a não esgotar as compras antes do final do ano. Neste cenário, a perspectiva para 2018 é de que as compras do BCE se limitem a 33% das novas emissões, menos 4 pontos percentuais do que por nós estimado para 2017.