Diário Financeiro

22 de Maio de 2017
Diário Financeiro 23.05.2017

Ontem, a Comissão Europeia anunciou que recomenda que o procedimento de défice excessivo (PDE) de Portugal deve ser encerrado, seis anos após o resgate. As recomendações devem ainda ser aprovadas pelo Conselho Europeu. Esta decisão dá flexibilidade ao país para fazer reformas e investimentos públicos sem agravar o défice. Para o Comissário Europeu Carlos Moedas, após conter o défice, será necessário reduzir a dívida, uma tarefa mais difícil e que levará tempo pois resulta da acumulação dos desequilíbrios financeiros de muitos anos. Para o governo, a recomendação para a saída do PDE pela Comissão Europeia é um momento de viragem para o país e reflecte a confiança na economia portuguesa pelas instituições internacionais. O governo prevê cortar o défice para 1.5% em 2017 e 1.0% em 2018, face ao PIB, enquanto que para a dívida estão indicados valores de 128% e 124% do PIB, para os anos referidos. As taxas de crescimento do PIB previstas são de 1.8% em 2017 e de 1.9% em 2018.

Esta semana contempla aspectos bastante relevantes que serão determinantes para a evolução genérica dos mercados financeiros. Para além da divulgação de importantes indicadores de actividade nos dois lados do Atlântico, serão conhecidas as minutas relativas à reunião do comité monetário da Fed (FOMC) de 2-3 de Maio e ocorrerá a reunião da OPEP (dia 25) em Viena. De facto, aguarda-se com expectativa a divulgação dos indicadores PMI compósito, PMI manufactura e PMI serviços da empresa de análise Markit, que incidem sobre o comportamento da actividade empresarial na Zona Euro e nas suas principais economias. As expectativas são de manutenção do actual maior dinamismo. Quanto às minutas da Fed, o interesse dos analistas e operadores de mercado é descortinar a provável evolução futura da política monetária norte-americana. De facto, existe grande probabilidade de poder prosseguir a política de normalização das taxas de juro na reunião de 13-14 de Junho. Já a reunião dos países exportadores de petróleo (OPEP) de 25 de Maio em Viena terá como foco o prolongamento do actual acordo de corte de produção que está a incidir sobre o primeiro semestre do ano. Para além de se esperar um prolongamento para o segundo semestre, especula-se que o acordo poderá chegar a Março de 2018. Esta possibilidade está a dar suporte ao preço do Brent, que recuperou, e encontra-se presentemente acima dos $54 o barril.