Diário Financeiro

27 de Abril de 2017
Diário Financeiro 28.04.2017

O sentimento económico continua com uma tendência de fortalecimento na Zona Euro, segundo os dados revelados ontem pela Comissão Europeia. O índice de sentimento económico subiu mais uma vez, registando um máximo de quase 10 anos em Abril, face a uma expectativa generalizada de uma leitura inalterada do indicador. O índice subiu de 108 pontos em Março para 109.6 este mês. O aumento ocorreu em todas as áreas da economia, com destaque para a confiança no sector da construção, em que se registou um aumento de 3.7 pontos. Além disso, a melhoria foi também generalizada em termos geográficos: o maior incremento ocorreu na Alemanha (+1.8 pontos), seguida de Itália (+1.4 pontos) e França (+1.2 pontos). Em Portugal, o índice subiu 0.7 pontos para 111.6, e encontra-se já mais perto do máximo registado do que do valor médio da série: a construção verificou igualmente a subida mais significativa (+2.5 pontos), sendo que apenas o sector dos serviços registou uma descida (-1.8 pontos). É de relevar também a confiança dos consumidores, que regista no índice harmonizado publicado pela CE um valor apenas 0.1 pontos abaixo do máximo de Julho de 1991. Um outro relatório da CE mostrou uma renovada subida do indicador de clima económico para 1.09, um máximo desde Setembro de 2007.

O BCE manteve a política monetária inalterada, com Mario Draghi a deixar claro que, apesar da evolução económica mais favorável, considera a subida do nível de preços ainda frágil, pelo que permanece importante o actual apoio do banco central. As declarações temperaram um pouco as expectativas de alguns agentes económicos que poderiam esperar já alguma indicação sobre o processo de eventual fim destas medidas: os juros da dívida portuguesa responderam com uma descida, estando agora abaixo dos 3.5%.

Nos Estados Unidos, os indicadores continuam mistos, no que toca à evolução da actividade económica. Por um lado, os dados do mercado de trabalho continuam a mostrar um bom desempenho (com a média-móvel dos pedidos de subsídios a fixar-se em 242,250, praticamente inalterada). Além disso, as encomendas de bens de capital (excluindo aviação e defesa) subiram pelo sexto mês consecutivo, embora as expedições destes mesmos bens tenha ficado ligeiramente abaixo das expectativas, subindo apenas 0.4% mom.