Estimado Acionista:
É com grande prazer que lhe apresento o relatório de gestão do Banco BPI relativo a 2018, um ano em que o Banco teve os resultados mais elevados de sempre.
Neste ano de 2018, que foi de grande esforço, exigência, e sob forte pressão dos nossos concorrentes, tivemos a satisfação de manter a liderança em valores tão importantes para o Grupo como a qualidade de serviço, a reputação e a confiança dos nossos Clientes em Portugal.
Os excelentes resultados comerciais que foi possível obter em 2018, traduzidos num aumento do Produto Bancário recorrente em Portugal de 9%, assentam na forte atividade comercial em Portugal, com uma relação de cada vez maior proximidade com os Clientes: os depósitos de Clientes, que constituem o financiamento mais estável do Banco, registaram um aumento de cerca de 1800 milhões de euros (+9.3%); a carteira de crédito total subiu 5.7%, destacando-se o aumento de 16.1% no crédito a empresas em Portugal (mais 1 136 milhões de euros). Por sua vez, na contratação de novo crédito à habitação e pessoal e automóvel, o Banco alcançou subidas de 21% e 27%, excedendo o crescimento do ano anterior.
No mercado português o Banco BPI alcançou quotas de mercado de 9.9% nos depósitos, 15.2% nos seguros de capitalização, e 10.1% em crédito, com um ganho consistente na quota de crédito a empresas, empresários e negócios para 9.5% (+1.1 p.p.) e um aumento de 0.2 p.p. na quota de crédito à habitação para 11.4%. Como parte do seu dinamismo comercial, o Banco prosseguiu o seu caminho de transformação digital, sendo líder na penetração de homebanking e continuando a dotar as equipas comerciais e as redes de cada vez mais meios para proporcionarem aos Clientes um serviço de cada vez maior qualidade e maior proximidade.
Na nossa atividade em Portugal, o BPI teve um lucro líquido recorrente, portanto expurgando os ganhos extraordinários na venda de participações, de 218 milhões de euros (+28.5%). A estes resultados corresponde um ROTE (rentabilidade sobre os capitais próprios tangíveis) de 8.8%.
Depois de um ano de 2017 com uma redução de custos de 5.3%, em 2018 o crescimento de resultados é maioritariamente atribuível ao crescimento dos proveitos: o Produto Bancário recorrente subiu 9%, com um contributo decisivo da margem financeira, que aumentou 8.8%, e das comissões, que cresceram 5.6%. Apesar do crescimento da atividade, os custos recorrentes registaram uma quebra de 0.1%, enquanto o Banco se continuou a distinguir pela excelente qualidade da sua carteira de crédito.
2018 foi também um ano em que o Grupo BPI teve desenvolvimentos importantes, que terão implicações para o futuro e para a forma de encarar os desafios nos próximos anos.
A participação no BFA, provavelmente o melhor banco de Angola, merece este ano uma referência especial. Por um lado, num ambiente económico particularmente exigente, marcado por uma desvalorização muito pronunciada da moeda local (-47.5% face ao euro) e inflação média elevada (19.6%), o BFA obteve, graças à qualidade da sua equipa de gestão, os lucros mais elevados da sua história, dos quais 212 milhões de euros seriam imputáveis ao BPI. Por outro lado, o BPI procedeu a uma reclassificação contabilística desta participação de “empresa associada” para “ações ao justo valor por outro rendimento integral”, o que determinou um impacto negativo de 139 milhões de euros no seu contributo para os resultados do Grupo. O BPI considera que esta opção contabilística é mais prudente e reflete de forma adequada a sua posição atual no BFA (sem influência significativa). Após esta alteração, o resultado líquido do Banco BPI passará a refletir apenas os dividendos distribuídos ao BPI em vez de incluir os lucros apropriados.
A propósito da solidez do Banco, uma palavra ainda para os elevados níveis de capitalização: os rácios de CET 1 e rácio de capital total (fully loaded), considerando a proposta de distribuição de dividendos, aumentaram para 13.8% e 15.5%, o que corresponde em ambos os casos a um acréscimo de 1.5 p.p.
De salientar também que em 2018 as três principais agências de rating internacionais subiram as notações atribuídas à dívida de longo prazo do BPI, que são atualmente de investment grade na Moody´s, S&P e Fitch Ratings.
No âmbito do reconhecimento público, de destacar algumas das muitas distinções recebidas em 2018: o BPI foi eleito “O Melhor Banco em Portugal” nos prémios de excelência da revista Euromoney, “Marca de Confiança na Banca” e “Marca de Excelência em Portugal”, ambas pelo quinto ano consecutivo, a que acrescem, entre outras, várias distinções quanto ao seu posicionamento na área do digital.
A economia portuguesa tem prosseguido a sua retoma, mas o enquadramento mantém-se muito exigente em virtude dos níveis das taxas de juro e da pressão concorrencial.
2018 foi também o ano em que foi concluído o Plano Estratégico 2019-2021: um Plano que conjuga ambição e valores, construído em torno do lema “Criar valor com valores” e beneficiando da integração no Grupo CaixaBank. Entre os principais objetivos do Banco encontram-se o crescimento sustentado da rentabilidade, a transformação da experiência do Cliente, o desenvolvimento do capital humano, a melhoria da eficiência e a consolidação da reputação do Banco. O desafio é fomentar negócios com potencial de crescimento e rentabilidade, aproveitar a capacidade de inovação do Grupo para continuar a liderar o processo de transformação digital da banca, proporcionar uma melhor experiência ao Cliente e prosseguir o caminho de crescimento e ganho de quotas de mercado.
A missão do BPI será a de contribuir para o bem-estar financeiro dos seus Clientes e de ser uma referência na banca socialmente responsável, assente nos princípios da confiança, qualidade de serviço e compromisso social.
Por último, gostaria de manifestar o meu reconhecimento e agradecimento a quem diariamente permite que as ambições se transformem em sucessos: desde logo, os Clientes, que nos motivam a ser o banco de referência em Portugal ao honrar-nos com a sua preferência e a sua confiança, e todos os Colaboradores, pela dedicação e competência com que exercem as suas funções num contexto tão exigente.
Pablo Forero