Contexto Internacional

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Webinar BPI reúne, em debate, COSEC e CIP.
28-10-2020
  • BPI promove debate sobre perspetivas no âmbito do Contexto Internacional com COSEC e CIP.
  • Principais riscos para a economia mundial abrangem a Covid-19, o Brexit, a implementação do Plano de Recuperação Europeu e as tensões (geo)políticas.

As previsões macroeconómicas do BPI para as principais economias mundiais mostram uma queda muito significativa da atividade económica em 2020, seguida de “uma recuperação incompleta em 2021, a única exceção são as economias emergentes a começar pela China. Por um lado porque a vaga de Covid-19 começou a afetar a China mais cedo e, por outro lado, são economias que têm um menor peso da atividade de serviços, que é o setor mais afetado por esta pandemia”, referiu Paula Carvalho, Economista Chefe do BPI nas Perspectivas Macroeconómicas apresentadas no webinar, “À Conversa sobre o Contexto Internacional”, organizado pelo BPI Empresas. Este encontro, transmitido para clientes empresariais do BPI, contou com a presença do administrador do BPI, Pedro Barreto, bem como Maria Celeste Hagatong, Presidente do Conselho de Administração da COSEC e António Saraiva, Presidente da Confederação Industrial de Portugal.

Segundo Paula Carvalho, «apesar das quedas históricas, os dados do 2T foram melhores do que o previsto. Contudo, a recuperação observada no 3T é muito frágil, e facilmente será interrompida pelos novos focus de coronavirus». A Economista Chefe mostrou os principais riscos para a Economia mundial, para além da Covid-19, entre os quais destaca o Brexit, a Implementação do Plano de Recuperação Europeu bem como as Tensões (geo)políticas: Eleições EUA, conflito EUA-China. Salientou também que Espanha, o nosso principal parceiro económico, teve um choque sem precedentes e a retoma que se seguiu está a ser moderada. Paula Carvalho está mais optimista com a recuperação dos EUA, no entanto mostra preocupação com a situação de outro parceiro importante para as empresas portuguesas, Angola, em que a pandemia e o impacto no sector petrolífero agravam as perspetivas para 2020-2021, esperando uma recuperação apenas em 2022.

No debate com Maria Celeste Hagatong e António Saraiva discutiu-se o papel da seguradora no apoio às empresas que têm negócio em mercados de maior risco comercial e político, bem como o papel das associações empresariais no contexto atual, sobretudo no apoio às inúmeras microempresas que, isoladamente, têm mais dificuldade em ser competitivas a nível internacional, bem como se a pandemia está a ser uma oportunidade para a digitalização do negócio de comércio internacional, entre outros temas relevantes para o tecido empresarial.

Maria Celeste Hagatong sublinhou que as quatro seguradoras com seguros de crédito tinham, no final de 2019, 26 mil milhões de euros de crédito tomado, quase o equivalente ao crédito que a Banca concedeu às empresas. A líder da COSEC, referiu que, neste período, a seguradora tomou algumas medidas para aumentar a liquidez das empresas, como o pagamento mais célere das indemnizações. Até cinco mil euros são pagas logo que são reclamadas, e até 50 mil euros são liquidadas no primeiro dia do prazo de pagamento após o sinistro ser aceite pela COSEC. Segundo a gestora, há um aumento significativo na procura de seguros de crédito, em particular para países fora da OCDE em que o número de pedidos aumentou 36%, enquanto que em valor aumentou 96%.

A economia caracteriza-se pelas micro e pequenas empresas e, para António Saraiva, “quanto mais as empresas estiverem agregadas, melhor, tanto para a abordagem dos mercados como na defesa dos seus interesses, em que entra o associativismo empresarial”. Este “agrega competências e pode ser um farol na navegação cada vez mais difícil das empresas neste quadro pandémico e de globalização”. Acrescentou que as empresas portuguesas têm dado, ao longo do tempo, mostras da “capacidade de resiliência, em mercados externos, na sua reinvenção, em aumentar o emprego, que, se não fosse a pandemia, registava falta de mão de obra especializada, que não desapareceu, está adiada”. Serve ainda para promover e obter melhorias nos seguros de crédito, por exemplo, ou tentar junto do Governo a promoção de medidas que são fundamentais para as empresas. Como referiu o presidente da CIP, “hoje as exportações caíram para 36% e temos de retomar esse caminho porque os dois motores das economias são as exportações e o investimento e têm de estar ligados e preferencialmente lubrificados”.

A conferência foi trabalhada em estúdios de televisão e disponibilizada em plataforma electrónica, permitindo aos empresários interagir em tempo real com responsáveis do BPI. 

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BPI, um Banco para as Empresas.