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18 de Outubro de 2022
Entrada na zona de turbulência | Editorial | IM10 2022
  • Com as sensibilidades dos investidores em alta, este não parece ser um bom momento para a parte fiscal colocar entraves nos trabalhos do exigente processo que os bancos centrais estão a enfrentar, especialmente quando os programas de compra das autoridades monetárias estão a ser reduzidos e variáveis como o défice público estrutural vão regressar ao radar dos mercados financeiros. Desta forma, a fase do «café para todos» e «fazer com o orçamento o que é preciso, mas guardem os recibos» (FMI dixit) dará lugar à utilização de medidas cirúrgicas fiscais para ajudar os sectores e agentes mais vulneráveis face à alteração das condições financeiras e energéticas, mas sem comprometer os equilíbrios orçamentais a médio e longo prazo. Estamos a entrar na zona de turbulência, onde a volatilidade e a incerteza estão a aumentar, a estabilidade macroeconómica está de novo em foco e erros dos pilotos são muitas vezes dispendiosos. É nestas circunstâncias que a solidez de estar sob o guarda-chuva do euro se torna muito evidente.