Informação Mensal

18 de Novembro de 2021
IM11 | Informação Mensal | novembro 2021
  • No ano passado, quando constatámos o forte impacto económico criado pela pandemia, foi aberto um intenso debate sobre a forma que a recuperação tomaria. Os mais cinzentos apostaram por letras pouco encorajadoras, como o L, o W ou o K e os mais originais colocaram símbolos de marcas desportivas em cima da mesa, que também não transmitiam muito otimismo. Agora que o desenho do ciclo de recessão já se completou, pelo menos nas principais dimensões que definem a nossa economia, o debate ficou para segundo plano. Contudo, vale a pena recuperá- lo e fazer o balanço.
  • No mercado de trabalho, a letra que melhor representa a crise da COVID-19 é, felizmente, o V! Em Portugal, a queda inicial do número de pessoas empregadas não teve comparação, quer pela dimensão do desastre quer pela velocidade à qual ocorreu. No entanto, a recuperação posterior foi também bastante positiva. O início da pandemia e o consequente primeiro confinamento geral, fizeram com que mais de 1 milhão de pessoas tivessem deixado de trabalhar, incluindo as que efetivamente perderam o emprego e as que não trabalhavam porque se encontravam em Layoff. Coloquemos em contexto estes números: na crise financeira e das dívidas soberanas que ocorreu entre 2008 e 2013, chegaram a ser destruídos quase 1 milhão de empregos e a taxa de desemprego superou os 17%, que compara com um máximo de 8% no 3T de 2020. A forma como a recuperação está a ocorrer desta vez é bem diferente: em pouco mais de um ano, o número de pessoas a trabalhar é já superior àquele que havia antes da pandemia. Na anterior crise, a destruição de postos de trabalho foi de tal forma implacável que nunca mais se voltaram a atingir os níveis de emprego de 2008. Experimentem fazer um gráfico comparando ambos os episódios e o V aparecerá nitidamente.