Mercados Financeiros

21 de Dezembro de 2017
Mercados Financeiros Dezembro 2017

As perspectivas avançadas pelas principais entidades de research e organismos internacionais sugerem que 2018 será um ano positivo, em termos económicos. O cenário aponta para mais crescimento – o CB/BPI projecta uma expansão de 3.8% para o PIB mundial – e será mais abrangente em termos regionais; o comércio internacional continuará a reforçar-se e nos principais blocos económicos haverá mais emprego, inflação em níveis baixos, e taxas de juro acima dos mínimos, mas ainda num processo de ajustamento muito lento. Os bancos centrais prosseguirão a tarefa de lentamente retirarem ou suavizarem a dose de estímulos quantitativos actualmente em vigor: esperase que a Reserva Federal prossiga com o aumento dos juros, enquanto o BCE deverá terminar o seu programa de QE até final do ano. Para além de inesperados factores de ordem política ou geoestratégica que poderão surgir, este processo de retirada dos estímulos e subida dos juros, associado à passagem de testemunho no BCE, calendarizada para 2019, constituem (por ora) os principais factores de risco a monitorar.


As perspectivas para Portugal são também bastante favoráveis, antecipando as instituições de referência ritmos de crescimento da actividade económica entre 2.3% (OCDE e Banco de Portugal) e 2.1% (Comissão Europeia). A nossa previsão para o aumento do produto mantém-se em 2.2%, com um enviesamento ligeiramente positivo. Efectivamente, o ritmo de expansão pode surpreender – pela via do investimento e exportações – caso se confirme a continuidade do actual contexto financeiro e económico internacional muito favorável. Dois anos consecutivos de expansão acima de 2% são particularmente de assinalar, sobretudo depois de década e meia de quase estagnação. O desafio será tornar este ritmo de expansão sustentável (e mais forte) a médio prazo.