Nota Informativa

4 de Junho de 2020
nota breve 04.06.2020

A perceção de que a COVID-19 terá um impacto económico sem precedentes levou o BCE a aumentar a capacidade de estímulo dos seus instrumentos para assegurar que o esforço de política monetária seja proporcional às exigências do cenário económico.

Especificamente, o BCE prevê uma queda do PIB da área do euro de 8,7% em 2020 (que pode ser acentuada para -12,6% num cenário mais grave com novos surtos da epidemia) e prevê uma inflação baixa nos próximos trimestres (0,3% em 2020 e 0,8% em 2021), tal como refletido na atualização macroeconómica efetuada em junho.

Nesta conjuntura, o BCE anunciou um aumento muito substancial da capacidade do seu programa de compras de emergência COVID-19 (o chamado PEPP):

  • o Aumento do orçamento do programa em 600 mil milhões de euros, até um total de 1,35 mil milhões de euros. As aquisições continuarão a ser implementadas de forma flexível ao longo do tempo e entre classes de ativos e jurisdições, permitindo ao BCE aliviar tensões em ativos específicos e em momentos específicos, e assegurar a transmissão adequada da sua política monetária entre mercados.
  • o Prorrogação da duração do PEPP por 6 meses até (pelo menos) junho de 2021, com possibilidade de novo alargamento do prazo.
  • o Anúncio de um programa de reinvestimento de capital ao abrigo do qual o BCE reinvestirá o capital de todos os ativos adquiridos ao abrigo do PEPP à medida que atingirem a maturidade. O programa de reinvestimento será executado, pelo menos, até ao final de 2022.

Estas medidas vêm juntar-se à manutenção das taxas de juro oficiais em mínimos históricos (e à indicação de as manter nos níveis atuais ou inferiores até à recuperação da inflação) e à continuidade do programa de compra de APP sem alterações na sua configuração (ritmo mensal de 20 mil milhões de euros e dotação adicional de 120 mil milhões de euros a gastar antes do final do ano).


Desta forma, o BCE continua a reagir fortemente para proteger o ambiente financeiro e económico com liquidez abundante e taxas de juro baixas.