Diário Financeiro

19 de Junho de 2017
Diário Financeiro 20.06.2017

O prémio de risco da dívida pública portuguesa face ao benchmark europeu (Bund alemão) mantém a tendência de estreitamento. Com efeito, no início da semana o diferencial entre a dívida pública portuguesa e a alemã a 10 anos situava-se ligeiramente abaixo dos 260 pontos base. A revisão por parte da agência de rating Fitch da perspectiva de evolução da classificação de risco de Portugal para positiva face à anterior classificação de estável, será um factor de suporte à permanência de uma tendência positiva na evolução do prémio de risco da dívida pública portuguesa. Embora a notação de Portugal se tenha mantido em BB+ - risco especulativo – a Fitch atribui agora uma maior probabilidade à revisão em alta desta classificação, reflectindo o bom desempenho no campo das contas públicas, bem como perspectivas mais positivas face ao crescimento. Os pontos fortes assinalados pela Fitch para a melhoria das perspectivas de classificação do risco da república prendem-se com a melhoria do défice orçamental para 2.0% do PIB em 2016 face a 4.4% em 2015 e a perspectiva de que o Governo manterá uma política fiscal restritiva, nomeadamente através do controlo da despesa pública. Também importante para a revisão do outlook foi a expectativa de redução do rácio de dívida pública para 126% do PIB em 2018, ou seja, menos 4 pontos percentuais do que em 2016, beneficiando para além de uma política fiscal restritiva, de melhores perspectivas para o crescimento nominal. As previsões de crescimento da Fitch para 2017 e 2018 são de 2.0% e 1.6%, respectivamente, o que compara com as do BPI de um crescimento de 2.5% este ano e de 1.8% no próximo.

Esta semana é relativamente pobre no que respeita à divulgação de indicadores económicos, salientando-se apenas no final da semana a publicação dos indicadores PMI preliminares relativos a Junho. Na zona euro as previsões dos analistas apontam para um ligeiro abrandamento da actividade tanto na indústria como nos serviços; mas para os EUA as expectativas de evolução são opostas, antecipando o consenso ligeiras melhorias em ambos os sectores.