A actividade económica acabou por surpreender favoravelmente em 2017, não obstante o primeiro semestre politicamente muito intenso na Europa. As previsões de crescimento têm sido revistas em alta de forma sistemática e quase generalizada em termos regionais. A grande excepção entre as economias desenvolvidas é o Reino Unido, economia ensombrada pelos receios e incertezas gerados pelo processo de saída da União Europeia. Para o actual momento favorável contribuem vários factores, destacando-se as políticas económicas muito acomodatícias no mundo desenvolvido, designadamente a política monetária não convencional; uma política orçamental na Europa mais equilibrada que no passado; os preços do petróleo num nível favorável a exportadores e a consumidores líquidos; finalmente, a continuidade do processo de expansão da economia da China, que assume um peso e importância crescente na economia mundial.
Para o actual equilíbrio contribui também o andamento positivo dos mercados financeiros, nomeadamente dos activos com maior risco, beneficiando do enquadramento macroeconómico favorável, de crescimento em aceleração, baixa inflação e taxas de juro em níveis historicamente baixos.
O cenário central aponta para a continuidade desta evolução benigna em 2018, andamento sempre escorado por políticas económicas/monetárias prudentes em ambos os lados do Atlântico. Os riscos são conhecidos mas actualmente estão mais equilibrados entre os cenários positivos e negativos pontuando em cada uma das vertentes, pela positiva, o avanço do plano de estímulo fiscal nos EUA; pela negativa o avanço e consequências do processo de Brexit.