Nota Informativa

14 de Setembro de 2023
BCE aumenta as taxas em 25 p.b. e atinge o pico | nota breve 14.09.2023
  • O BCE voltou a subir as suas taxas de juro em 25 p.b., mas o destaque foi o sinal de que os níveis atuais (depo a 4,00% e refi a 4,50%) marcam provavelmente o fim do ciclo de subida das taxas (após um aumento acumulado de +450 p.b. desde julho de 2022).
  • Lagarde rejeitou a ideia de que as taxas atingiram o seu máximo e sublinhou que as decisões futuras dependerão dos dados e da evolução do cenário. No entanto, pela primeira vez, o BCE afirmou que "as taxas de juro atingiram um nível [...] que contribuirá de forma substancial para atingir o objetivo de inflação".
  • O eventual fim da subida das taxas não representará o fim da política monetária restritiva. O BCE reiterou que, na sua luta contra a inflação, as taxas devem permanecer nos níveis atuais durante um período de tempo suficientemente longo, centrando todas as questões em "quanto tempo" será "suficientemente longo" .
  • Esta posição do BCE, em manter as taxas de juro estáveis, mas restritivas durante um bom período de tempo, reflete preocupação constante com a dinâmica dos preços. O BCE apresentou novas previsões para a zona euro em que, nas palavras de Lagarde, a inflação permanece demasiado elevada durante demasiado tempo (3% no final de 2023 e ao longo de 2024).
  • Em contrapartida, a fragilidade dos últimos indicadores de atividade não conduziu a uma deterioração da visão do BCE sobre o crescimento económico: as previsões refletem uma atividade lenta para o resto do ano, mas sem cair em recessão e recuperando o dinamismo na primavera de 2024. Com efeito, Lagarde utilizou de forma reiterada o adjetivo "apático" (sluggish) e evitou falar de recessão.
  • Após a reunião de hoje, as expectativas implícitas nos mercados monetários são de que o BCE manterá a taxa diretora em 4,00% (refi em 4,50%) até ao 3T 2024, altura em que poderá ocorrer uma primeira redução da taxa de juro (expectativas em linha com as nossas próprias previsões).