Diário Financeiro

27 de Julho de 2017
Diário Financeiro 28.07.2017

A decisão da Reserva Federal não causou muita surpresa no final de quarta-feira ao manter inalterada a taxa de juro de referência, dando igualmente a indicação esperada de que a redução dos activos comece num período relativamente próximo, que está a ser entendido como perto de Setembro pelos mercados. Assim, depois de uma reacção inicial de maior enfraquecimento do dólar, que levou mesmo o EUR/USD a máximos de Janeiro de 2015 nos 1.1776, o euro desceu face ao dólar na quinta-feira pela primeira vez em 3 sessões. As notícias sobre o mercado de trabalho norte-americano continuam a ser positivas, indicando a continuação do fortalecimento do mesmo: os pedidos de subsídio de desemprego aumentaram em 10 mil para 244 mil na semana terminada a 22 de Junho, o que confirma o maior período seguido abaixo dos 300 mil pedidos desde 1970, quando o mercado de trabalho tinha uma dimensão significativamente menor. O mercado de trabalho norte-americano encontra-se perto do pleno emprego, a confiar na taxa de desemprego de 4.4%.

Na Alemanha, a confiança dos consumidores está a atingir máximos de 16 anos, de acordo com a empresa Gfk. O indicador do sentimento dos consumidores relativo a Agosto subiu em 0.2 pontos percentuais para 10.8, o valor mais elevado desde Outubro de 2001, o que acumula com o máximo histórico da confiança dos empresários em Julho, divulgado ontem pelo instituto económico Ifo. Estas estatísticas justificam o optimismo para o desempenho económico da economia alemã no 2º trimestre, e inclusivamente para a 2ª metade do ano, já que estes máximos são acompanhados por outros indicadores, como a taxa de desemprego, que vem registando mínimos sucessivos nos últimos meses. Por outro lado, em Espanha, a taxa de desemprego caiu para 17.2% no 2º trimestre do ano, bastante abaixo dos 18.8% registados nos primeiros 3 meses do ano. Esta é a taxa mais baixa desde o último trimestre de 2008, e superou mesmo as expectativas dos vários analistas, que esperavam uma descida mais branda para 17.8%. Neste contexto de optimismo europeu, é de relevar o atingir de um máximo do euro face ao franco suíço em 1.1266, o nível mais alto do euro desde Janeiro de 2015, altura em que o banco central suíço deixou de intervir no mercado de modo a garantir um nível relativamente estável do câmbio, que se fixava perto do 1.20.