Nota Informativa

7 de Julho de 2022
Economia Portuguesa | Focus I | IM07 2022 - 07.07.2022
  • Embora se verifiquem divergências na dinâmica remuneratória entre os vários setores não se observam para já fortes pressões inflacionistas, na medida que para 57% da população empregada por conta de outrem os aumentos de remuneração foram, até março inferiores a 3% (nível que Phillip Lane referiu como compatível com uma taxa de inflação de 2%). Embora não se exclua a possibilidade que em setores, onde a escassez de mão-de-obra é mais notória, assistamos a aumentos salariais mais significativos, consideramos que no conjunto da economia os aumentos não se deverão afastar dos valores observados recentes, na medida em que as alterações são acordadas maioritariamente no início do ano (usando como referência as alterações no salário mínimo nacional e aumentos na função pública). Adicionalmente, a espe­­rada desaceleração da atividade até ao final do ano também jogará um papel importante na limitação do crescimento salarial. Em suma, a evolução salarial em perspetiva, embora possa representar uma perda pontual de rendimento real, sinaliza que a economia não deverá perder competitividade externa por esta via. Por outro lado, é um movimento que não deverá gerar pressões inflacionistas adicionais.