Diário Financeiro

14 de Fevereiro de 2017
Diário Financeiro - 15.02.2017

O Eurostat reviu em -0.1 p.p., o crescimento do PIB da UEM no 4T16 para 0.4% qoq e 1.7% yoy. Estes resultados são consistentes com um crescimento anual de 1.7%. O detalhe relativamente ao desempenho das componentes do PIB será publicado a 7 de Março, mas a informação divulgada mostra que a Alemanha cresceu 1.8% no último ano, França 1.1%, Itália 1.0% e Espanha 3.2%. Entretanto, a produção industrial na zona euro caiu 1.6% mom em Dezembro, aumentando 2.0% yoy vs 3.2% em Novembro. Esta quebra foi extensível a quase todos os sectores, destacando-se a redução de 3.3% mom e de 0.1% yoy na produção de bens de capital. A produção de bens de consumo duradoiro foi a única que cresceu, avançando 2.9% mom e 2.7% yoy.
Em Portugal, o INE divulgou a primeira estimativa para o PIB no 4T16, a qual surpreendeu positivamente, avançando 0.6% qoq e 1.9% yoy, colocando o crescimento anual em 1.4%. Não é ainda conhecido o detalhe, mas tal comportamento reflectirá desempenhos positivos do investimento e consumo privado.
Na Alemanha, o indicador ZEW que avalia as condições correntes da economia caiu para 76.4 pontos em Fevereiro vs 77.3 pontos em Janeiro, abaixo do esperado pelo consensus, mas ainda assim próximo de máximos dos últimos anos. A componente que avalia as expectativas evoluiu de forma semelhante caindo para 10.4 pontos, menos 6.2 pontos do que em Janeiro, possivelmente reflectindo a divulgação de desempenhos menos positivos da produção industrial, vendas a retalho e exportações. Incerteza política quanto ao futuro da política económica norte-americana, à negociação da saída do Reino Unido da UE e ao calendário eleitoral europeu terão também contribuido para uma avaliação mais cautelosa das perspectivas de evolução da economia.

Na intervenção de ontem junto do Senado, a Presidente da Reserva Federal norte-americana referiu que poderia não ser adequado adiar por muito tempo a prossecução do processo de retirada gradual dos estímulos monetários, o que se traduziu numa alteração das expectativas quanto ao momento em que esta autoridade monetária anunciará a próxima subida da taxa de juro de referência. A probabilidade atribuída a que o anúncio de subida de mais 25 pontos base da taxa dos fed-funds ocorra na reunião de 15 de Março aumentou para 34% versus 30% no dia anterior e que tal movimento ocorra na reunião de 3 de Maio aumentou para 53% face a 48.6% um dia antes. Ainda assim, os analistas continuam a atribuir uma maior probabilidade (73.5%) a que tal anúncio ocorra apenas em Junho.