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Boas práticas agrícolas

  • Portugal tem uma agricultura cada vez mais certificada e reconhecida lá fora
  • GlobalG.A.P. é o padrão de qualidade com maior relevância para quem quer exportar os seus produtos
  • Distinção acautela boa gestão dos recursos naturais, sustentabilidade e segurança no trabalho
  • Produzir para o mercado global exige a certificação
  • O Prémio Nacional de Agricultura é uma montra de bons exemplos em várias frentes da economia rural e florestal

Boas práticas agrícolas

Certificar para competir

O crescimento dos mercados à escala global, bem como as novas exigências da legislação e dos consumidores relativas à segurança alimentar, tem conduzido o setor agrícola para a certificação dos produtos hortofrutícolas.

O GlobalG.A.P. é o referencial de certificação voluntário mais procurado por quem pretende exportar os seus produtos. E isto significa que a tradicional agricultura artesanal está a ser rapidamente substituída - Portugal não é exceção - pela aposta na profissionalização e a tecnologia, com critérios rigorosos de produção e controlo de qualidade do produto final. Uma mudança que beneficia todos os envolvidos na cadeia, mas, principalmente, protege o consumidor final.

É que concorrer ao certificado GlobalG.A.P. implica o cumprimento de medidas a nível de gestão da exploração, saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores, gestão de resíduos e poluentes, ambiente e conservação, gestão de reclamações, rastreabilidade e segregação, e segurança e higiene alimentar.

Como resultado, os produtores conseguem garantir a qualidade e segurança dos seus produtos; aceder aos mercados internos e de exportação mais exigentes e melhorar a organização interna da sua exploração. A certificação é, por isso, uma necessidade para a agricultura e as suas empresas, que só assim podem aspirar ao sucesso e ao reconhecimento dos seus produtos.

Defender o consumidor

A necessidade de garantir a qualidade e as características dos produtos agroalimentares começou a sentir-se na segunda metade do século passado, devido ao crescente distanciamento entre produtores e consumidores. “As alterações demográficas, a diminuição do autoconsumo e a diminuição da venda direta”, conforme referiu António Mantas, votaram o consumidor a um quase desconhecimento sobre aquilo que compra e come.

Dentro desta conjuntura, alguns produtores começaram a ambicionar e a procurar uma forma de demonstrar que os seus produtos, obtidos com determinadas características e cuidados, eram diferentes de outros similares que estavam no mercado. E os próprios consumidores, sabendo da existência de produtos mais condizentes com as suas exigências, também desejavam uma forma de poder reconhecê-los mais facilmente no momento da compra.

Um terceiro aspeto que pesou na necessidade de criar um referencial de certificação para garantia dos produtos agroalimentares, foi o surgimento de problemas e dúvidas, como a contaminação da carne, frutas e hortícolas com teores elevados de produtos fitofarmacêuticos e produtos com organismos geneticamente modificados, que puseram em causa a confiança dos consumidores europeus.

Veja aqui a entrevista completa com António Mantas, Diretor de Certificação da SATIVA e membro do Comité Técnico da categoria Empresas/ENI desta edição do Prémio Nacional de Agricultura.