O BCE publicou as compras de dívida pública efectuadas em Março, as quais ascendem a 1.3 biliões de euros. A vida média dos títulos comprados é de 7.7 anos, observando-se em praticamente todos os países uma diminuição da maturidade da dívida adquirida mensalmente. Este facto reflectirá, por um lado, o facto de o BCE poder agora comprar títulos cuja yield se encontre abaixo da taxa marginal de depósitos (-0.4%) e também o enfoque nas maturidades menos longas de forma a contribuir para uma maior inclinação da curva de rendimentos.
No caso de Portugal, o BCE comprou 663 milhões de euros, ligeiramente acima do montante comprado em Fevereiro (656 me), elevando para 26.6 mme o total de OTs compradas ao abrigo do programa de compra de activos de longo prazo e para 2 mme o montante comprado no 1T17. Tendo por base a última informação disponível relativa à dívida pública portuguesa que o BCE detém em carteira ao abrigo do anterior programa SMP (9.2 mme), o limite de 33% que o BCE pode comprar, as compras efectuadas até à data e a previsão do IGCP para a emissão de OTs em 2017, estima-se que o montante disponível para ser adquirido pelo BCE até ao final do ano será de aproximadamente 4.2 mme, o que a confirmar-se significa que o ritmo de compras terá de ser reduzido para cerca de 0.5 mme mensais de forma a que não se esgote até ao final do ano o montante de OTs elegíveis. As compras realizadas no 1T17 – 2 mme – representam cerca de 36% do montante já emitido pelo IGCP; e estima-se que o montante que o BCE poderá comprar até ao final do ano representará cerca de 44% do montante que ainda falta emitir.
Na zona euro, as vendas a retalho cresceram mais do que o esperado em Fevereiro, avançando 0.7% em cadeia e 1.8% em termos homólogos. O aumento foi extensível a todos os tipos de bens, mas mais forte nos bens de consumo não alimentares, os quais cresceram 2.4% yoy. Por países, destacam-se para além da Irlanda, Alemanha e França. Em Espanha as vendas a retalho estabilizaram face ao mês homólogo.