Anish Kapoor: Obras, Pensamentos, Experiências

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta a 06 de julho de 2018 a Grande Exposição Anual no Parque.
06-07-2018

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta a 06 de julho de 2018 a Grande Exposição Anual no Parque, uma grande exposição de Anish Kapoor (Bombaim, Índia, 1954), um dos mais importantes artistas contemporâneos do mundo. A exposição, que inclui, num primeiro momento 4 grandes peças, estará dispersa pelo Parque de Serralves e será acompanhada por uma apresentação, no Museu de Serralves, de 70 maquetas arquitetónicas e uma escultura concebidas ao longo dos últimos quarenta anos.

Será a primeira exposição individual em Portugal dedicada à obra de Anish Kapoor e tem curadoria de Suzanne Cotter.

De obras como Sky Mirror [Espelho do Céu], até ao dramático esculpir da própria paisagem, a obra de Kapoor adquire as qualidades míticas e relações simbólicas da paisagem. Ao reunirem terra e céu, horizonte e interior sombrio, as esculturas atravessam fronteiras e alteram significados. A sua forma – ou ausência de forma – situa-as num estado de transformação móvel e liminar. Não conseguimos conhecer as esculturas de Kapoor, sem as experienciar.

Nesta exposição, apresentada em múltiplas localizações do Parque de Serralves, o artista irá expor esculturas concebidas recentemente, algumas nunca realizadas, como Bird Caller, que apresentam as linguagens icónicas de formas e materiais que o tornaram famoso.

Em diálogo com as obras no Parque haverá no Museu uma exposição de maquetas do artista. Feitas para trabalhos e ideias à escala arquitetónica, a elaboração de maquetas como instrumento de pensamento sobre a forma e escala tem sempre sido um processo central na prática em estúdio de Kapoor. Apresentam ideias emergentes sobre o espaço às quais regressa repetidamente e revelam a importância da experimentação e do processo como meios de alcançar a transformação.

Nascido em Bombaim e sediado em Londres, Kapoor alcançou reconhecimento internacional na década de 1980 como membro da geração de novos escultores britânicos. Desde então, tem desenvolvido uma obra que se destaca pela sua imensa diversidade e ambição, abraçando tanto a intimidade de objetos incertos em espaço interior como a escala monumental da paisagem urbana e rural. Entre as obras públicas e encomendas mais conhecidas contam-se Cloud Gate (2004), feita para o Millennium Park, Chicago, Marsyas, produzida para a Tate Turbine Hall, Londres, em 2002, Leviathan, criada em 2011 para o Grand Palais em Paris, Orbit feita para o Queen Elizabeth Park, Londres, nos Jogos Olímpicos de 2012, e a exposição concebida para os jardins do Palácio de Versalhes em 2015.

O Parque de Serralves, com 18 hectares, será o palco privilegiado para a apresentação das esculturas de Kapoor. Oferece uma diversidade de espaços harmoniosamente interligados compondo jardins formais, bosques e uma quinta tradicional. Concebidos na década de 1930 pelo conhecido arquiteto francês Jacques Gréber, os jardins são uma referência única no património paisagístico português. O Parque de Serralves recebeu o Henry Ford Prize para a preservação do ambiente em 1997 e, mais recentemente, em 2012 (juntamente com o Museu concebido por Álvaro Siza e a Casa art deco) foi classificado pelo governo português como Monumento Nacional. Em 2015, a editora Phaidon incluiu os jardins de Serralves no livro, The Gardener's Garden, uma seleção dos 250 jardins mais notáveis do mundo, indicada por um painel internacional de especialistas de todo o mundo.

Perante este espaço, a escolha das obras e a sua localização concreta no Parque resulta da escolha criteriosa do próprio Anish Kapoor, de forma a criar, segundo a Curadora Suzanne Cotter, um itinerário que atravessa o tempo e o espaço e aquilo que poderemos entender como um ritual coletivo de perceções e significados.

As obras

Parque:

  • Sectional Body preparing for Monadic Singularity [Corpo seccional preparando-se para uma singularidade monádica], 2015
    PVC e aço
     
  • Sky Mirror [Espelho do céu], 2018
    Aço inoxidável
     
  • Descent into Limbo [Descida para o limbo], 1992
    Betão e estuque
     
  • Bird Caller [Chamador de pássaros] (Title to confirm)


Museu:

  • White Out, 2004
    Fibra de vidro e tinta
     

Sobre Anish Kapoor

Anish Kapoor é considerado um dos escultores mais influentes a trabalhar nos nossos dias. Nasceu em Mumbai em 1954 e reside e trabalha em Londres. Estudou no Hornsey College of Art (1973–77) seguindo-se estudos pós-graduados na Chelsea School of Art, Londres (1977–78).

Entre as mais recentes exposições individuais contam-se: Parque de la Memoria, Buenos Aires (2017); Museo d'Arte Contemporanea di Roma (MACR), Roma (2016); Museo Universitario Arte Contemporáneo (MUAC), Cidade do México (2016); Château de Versailles, França (2015);  The Jewish Museum and Tolerance Center, Moscovo (2015); Sakıp Sabancı Museum, Istanbul (2013); Martin-Gropius-Bau, Berlim (2013); Museum of Contemporary Art, Sydney (2012); Leviathan, Grand Palais, Paris (2011); e Royal Academy of Arts, Londres (2009). Entras encomendas de peças para exposição permanente contam-se Cloud Gate (2004) para o Millennium Park em Chicago; Orbit (2012) para o Olympic Park, Londres; Temenos (2010) em Middlesbrough; e Ark Nova (2013), a primeira sala de concerto móvel e insuflável, Japão.

Anish Kapoor representou o Reino Unido na 44ª Bienal de Veneza (1990), com um projeto que lhe valeu o Premio Duemila, e ganhou o Prémio Turner em 1991. Foi eleito para a Royal Academy em 1999, recebeu o Premium Imperiale em 2011 e o Padma Bhushan em 2012. Em 2013 foi nomeado cavaleiro pelos seus serviços em prol das artes e foi laureado em 2017 com o Genesis Prize.
 

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Mecenas da Exposição:

Fundação ”la Caixa”: implantação em Portugal

A Fundação ”la Caixa”, a primeira em Espanha e uma das mais relevantes a nível internacional, anunciou recentemente o seu plano de atuação para 2018 em Portugal, fruto da entrada do BPI no Grupo CaixaBank. O cuidado a pessoas com doenças avançadas e aos seus familiares será uma das linhas estratégicas deste plano, no qual também se destacam o fomento do emprego junto de grupos vulneráveis, o apoio a projetos de investigação e a divulgação da cultura e da ciência.

A entidade mantém o seu compromisso de alcançar um investimento de até 50 milhões de euros anuais nos próximos anos em Portugal, quando todos os seus programas estiverem implementados e a funcionar em pleno.